terça-feira, 24 de março de 2009

Meu Álcool É Dinheiro

Aconteceu na madrugada desse último domingo (22 de março).
Tem uma boate aqui no condomínio onde moro, e toda madrugada tem "festa".
Acordei com os berros dela, e quando fui à varanda, vi o cara sendo preso e ela sendo carregada por um outro homem, inconsciente.
Não sei se foi só espancamento, ou se ele tentou estuprá-la.
Aí está:


Meu Álcool É Dinheiro


Era forte
Mas as coisas vieram
Agora está fraco
Mas não quer se entregar
Quer insistir na força
Não vai se entregar


Louco e fechado
É de tirar o chapéu
Há insetos sobre seus pés
Sobre sua cabeça
Louvando-o


Sorria
"Eu te amo muito, você tem crédito"
"Aperte minha mão"
Somos amigos...


Poço de embriaguez e ilusão
Ela queria dinheiro, mas o
Trocou por um cara mais fácil


Perda do controle
Ele bateu naquela mulher
Naquela piranha oferecida
Violência
Ele foi preso, covarde
Ele pagou e foi solto
Ela está sozinha, interna.


É a ressaca
Passos pesados
Irregulares
Um novo dia
Com restos
E fragmentos.





*O dinheiro vale tudo.

2 comentários:

Moon disse...

Não há o quê temer... Seus textos são muito bons... Modernistas, próximos à Poesia Marginal de 70 e, às vezes, de Vanguarda. Adoro o tom contemporâneo que eles têm e a história por trás de cada um! Poste sempre, pois...

Sr. Márcio Hendrik disse...

Ah.... Que bom que você me mostrou um estilo de poesia, porque eu realmente não sabia onde que eu me encaixava!
Mas eu não gosto de usar palavras chulas em poesias não, eu só botei ali porque era o ponto de vista do cara sabe...
Mas obrigado pela idéia!