quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Eterno e imenso amor.
Aquele que, espero eu, seja suficiente
Para mostrar o quão grande é meu apreço por ti.
Alguém que me completa em todos os sentidos,
Mostra-me a beleza da vida e sua simplicidade.
A alegria que move cada movimento das flores
À suave brisa da manhã;
Aquele que me deixas quando se vai,
Porém, sem realmente ir.
Só não está junto a mim, quando em pessoa
Encontra-se ao meu lado
Você é o alguém que admiro aos dias.
E sonho as noites.
É você a quem quero tocar, mas não me é possível.
Sou eu que o sorrio quando vejo,
O mais gentil sorriso que já pertenceu aos meus lábios.
Seu nome que passa como um sopro por meus lábios...
Quando o vejo partir.
E, por fim, as gotas cristalinas que escorrem de meus olhos
Somente o fazem por ti.
Não por mal, mas por amor, eterno e imenso amor.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Nova Postagem
Dia Sem Título
Tem alguma coisa que eu estava correndo atrás?
Tem uma neurose que todos nascem pra morrer
De qualquer forma
Pague mais pelo sagrado senhor
Que Senhor!
O campeão, já é tarde
Por que corre tanto?
É uma longa estrada,
Pouco tempo
Já não adianta sair chorando
Ou pensar em um novo estilo
Não há o que pensar
Parede vazia
Tudo não passa de uma parede vazia
Um relógio desonesto
Que só vai te roubar
Foda-se eu não tenho dinheiro,
Você não tem esse direito
De me tirar esse sono.
Ah, sim, eu quero dormir
Eu vou dormir mais um pouco
É isso mesmo, vou relaxar
Porque não há mais esperança.
Não venha descontrair. Você vai morrer.
sábado, 6 de junho de 2009
Ao Boni.
Ficam nos momento
Nas memórias, o amor.
A loucura no preconceito,
A dor.
Fica tudo no nada.
O branco no preto.
As visões do mundo
Desfeito.
Ficam dos dias, as horas.
Dos sonhos? A vida;
Vida vivida,
Despida e nua.
Sem o calor
Sem o ar fresco
Sem o sol
Sem o mundo
INTEIRO!
Liquefez-se e foi.
Assim, evaporou e nunca mais voltou.
Pro nada, pra sempre. Pro nada.
terça-feira, 26 de maio de 2009
A Dama de Branco - Parte 2
A casa de Felipe Carvalho era relativamente confortável, mesmo com a terrível lembrança do que fizera antes.
Um dia, saindo para procurar um novo trabalho, travou mais um dos diálogos rotineiros.
- A morte?
-É - ela respondia pela décima vez - Quase isso.
- Como quase? - perguntava Felipe novamente, mesmo achando que não conseguiria resposta - Como alguém pode ser quase a morte?
- Tá, eu respondo. - disse ela, surpreendendo Felipe - Funciona assim: Nós somos inúmeros. Cada um cuida de um caso ao mesmo tempo. Normalmente não nos apressamos com ninguém, só levando a pessoa para o outro lado.
- Como é o outro lado?
- Já te disse, eu não posso dizer isso.
- O que te impede?
- Tudo. Mesmo que eu quisesse, você não entenderia. Sua espécie não foi feita pra entender isso. Continuando, o seu caso foi diferente. Sabe, eles sempre condenam quem tenta o suicídio, que estes não tem mais jeito, e essas coisas.
- E não é verdade?
- Você se considerava sem jeito?
- Sim.
- Mas eu não. Eu tinha que provar que o suicida pode voltar a recuperar a alegria de viver...
- Que alegria? Você já viveu?
- Não...
- Então como sabe? Eu estava na merda, sem nada nem ninguém, sem nada eu continuo, sem ninguém eu... não sei.
- Não sabe o quê?
- Se eu posso considerar você alguém.
- Nem eu.
- Mas... você ainda não provou nada.
- Ainda não. Mas eu te salvei. Você tem uma nova chance. Eu não acho que você vai desperdiçar essa.
- Pode ser...
Era extremamente rica, mas isso não a fazia feliz. Loira, olhos azuis, a princesinha. Mas não era feliz. Foi assim que resolveu mudar de cidade, de vida, tentar se virar, ver se aqui seria bom.
Aline resolvera, ainda com o dinheiro dos pais, alugar um pequeno apartamento, em um prédio que, ela escutara, um homem tinha tentado se matar pouco tempo atrás.
Conseguira um emprego em uma loja, totalmente independente dos pais e de qualquer outro.
Logo depois da mudança, teve que se acostumar com uma rotina diferente da sua cotidiana, mas nada que, pelo menos àquele ponto, a afetasse.
Mas foi em um dia comum, subindo o elevador, que ela viu um homem estranho, conversando sozinho na porta do elevador, dizendo coisas como "você ainda não provou nada" e "eu estava na merda".
Admitiu, para si mesma, sua curiosidade.
Queria conversar com aquele homem. E ali estava a desculpa perfeita. Acabara seu açúcar.
Felipe levou um susto com a campainha.
Assim que abriu a porta, uma bela mulher ali estava.
- Oi - disse ela - é que meu açúcar acabou, será que você teria?
- Tenho sim. Quer entrar enquanto eu pego?
Ela entrou. E enquanto ele pegava o açúcar, ela observava sua casa. Algo nele a atraía. Podia ser o estilo, meio dark, mas era algo a mais. Um certo ar de superioridade, de quem sabe mais que os outros.
Mal sabia ela que ele realmente sabia.
sábado, 23 de maio de 2009
A Dama de Branco - Parte 1
Overdose. Simples assim. Overdose. Alguns remédios combinados, algumas pílulas. Não ia doer, pelo menos ele achava.
Botou as píluas na mão. Um copo cheio de água na outra. Bebeu.
As sirenes da ambulância faziam um barulho irritante para todos os vizinhos de Felipe Carvalho, o retardado suicida do quinto andar.
Um outro vizinho tinha passado lá para falar com ele e encontrara o corpo no chão, com pulso quase imperceptível e respiração extremamente fraca.
Ninguém sabia o que levara ele até ali. Era um rapaz fechado, com alguns poucos amigos que apareciam lá constantemente. Às vezes algumas namoradas, ou pelo menos aparentavam, apareciam ali por alguns dias, mas nunca duraram muito tempo.
Era um homem bonito, se dizia, com cabelos bem pretos e lisos, cortados de forma não muito longa.
O doutor Alexandre tentava reanimar o homem, sem nem saber seu nome.
-Alguém da família?
Perguntou o médico, com tom levemente decepcionado.
- Não - respondeu a enfermeira - não conseguimos falar com ninguém.
- Coitado deste homem. Sem família, que modo horrível de...
E não conseguiu terminar as palavras.
Depois que todas as tentativas de reanimação falharam, foi só uma questão de reparar na hora da morte e levar o corpo para o necrotério.
E ninguém sabia, que enquanto o doutor Alexandre tentava reanimar um paciente quase morto, ele passava a experiência mais estranha e bela de sua vida.
Luzes brancas, flashes amarelos e uma profunda sensação de felicidade. Ele não sabia onde estava, mas gostava de onde estava.
Subitamente se viu flutuando por cima de um rio quase nada profundo, com as margens e o fundo feitos de um material brilhante que não era nem orgânico nem inorgânico, simplesmente era. E, por seu lado, corredores saíam, sempre brilhantes, e no final de cada um deles, uma memória. Ele como uma criança pegando sua bola, logo antes de ser atacado por um cachorro cujo dono dissera ser inofensivo.
Sua mãe contando que sua avó tinha câncer, e no final do túnel, uma bela mulher, que ele não conhecia. Era simplesmente linda, perfeita.
Ela o aguardava com um sorriso sereno, que não transmitia a preocupação que ela sentia naquele momento.
- Volta - disse ela - volta e vive.
Felipe se sentiu jogado em uma piscina de águas gélidas e acordou.
Um empregado qualquer do hospital carregava um corpo para sua gaveta no necrotério, quando pensou ter sentido um movimento. Claro que assustara.
Então outro movimento.
O funcionário arriscou olhar para o corpo. E o mesmo abriu os olhos.
- Onde estou?
Perguntou Felipe Carvalho.
O funcionário saiu correndo.
Felipe levantou e saiu, mesmo nu, pelos corredores.
E então viu uma mulher no fundo do corredor do hospital, toda vestida de branco. Era simplesmente linda, perfeita.
Próximo a ela, sentiu uma sensação de paz interior, uma coisa maravilhosa.
- Quem é você? - perguntou ele - E onde eu estou?
- Você está no hospital - respondeu a bela mulher - E eu sou a sua segunda chance.
- Minha o quê?
- De forma clara: Você quase morreu e eu te salvei, te dei uma segunda chance.
- Como?
- Fiz o oposto do meu dever, te devolvendo a vida.
- Você tá dizendo que é a morte?
- Quase isso.
terça-feira, 12 de maio de 2009
De Volta Para o Futuro 2
Meu Amigo Invisível
Ele sempre estará do meu lado,
Ele cuida de mim
Eu cuido dele
A companhia que se quer
Está em toda parte
Invisível,
Invencível
Ela sempre estará com você.
E se eu morrer,
Não irei levar ninguém
Pois meu caminho
É de simples ida sem volta
Ninguém se dá conta
Mas a beleza está escondida
Quem sabe na sombra,
Quem sabe em mim
Quem sabe nela
Naquela estranha entidade
Eu a tenho e eu a quero
O plano do desespero quer tudo
Feito de apenas um ninguém.
Meu cálice é de ouro,
Mas não há o que beber.
Todos esses presentes hoje no salão
Visíveis para todos
Todos, todos os barulhos
Querem todos
Aparecem todos
No final não há
Todos.
Cegos, Surdos, Mudos.
Eu tenho meu amigo invisível
Como eu o quero
Como ela se quer
A Mente Universal gera seus filhos
.
Vida e morte, seus caprichos
O Fim é dela.
Eu tenho um sonho.
Acordei de um pesadelo
Não estou sozinho,
Todos me vêem aqui.
Invisível,
Invencível
Um amigo inexistente,
É tudo que quero.
“Adeus, Olá”,
Até mais.
18-04-2009
m.h.
sábado, 9 de maio de 2009
A Ti
Minha luz, meu caminho;
O divino obscuro
Da chama, o brilho;
Tua vida uma história,
Nossa comunhão;
Em ti a vitória
O fruto, meu coração.
Tua, é minha vida
Por direito de certidão;
A glória a mim concedida
Meu berço, minha nação.
Diamante por ti lapidado,
Trabalhado à exaustão;
Elixir de vida a mim consagrado
Superação.
Tenho dificuldade em expressar sentimentos fortes com palavras corriqueiras. Não consigo simplesmente escrever mais um daqueles cartões clichês como "Mãe EU TE AMO!". Hoje nós crescemos, e temos um vocabulário extenso do qual podemos utilizar para criar algo que tire lágrimas dos olhos de nossas mães.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Glória jovem do sol no berço de ouro em chamas,
Alva! natal da luz, primavera do dia,
Não te amo! nem a ti, canícula bravia,
Que a ti mesma te estruis no fogo que derramas!<o:p>
Amo-te, hora hesitante em que se preludia
O adágio vesperal, - tumba que te recamas
De luto e de esplendor, de crepes e auriflamas,
Moribunda que ris sobre a própria agonia!
Amo-te, ó tarde triste, ó tarde augusta, que, entre
Os primeiros clarões das estrelas, no ventre,
Sob os véus do mistério e da sombra orvalhada,
Trazes a palpitar, como um fruto do outono,
A noite, alma nutriz da volúpia e do sono,
Perpetuação da vida e iniciação do nada.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Gramática
é obscura...Síncope de nós
apócope dos outros
crase de toques!
Léxico de línguas repletas
de vocábulos, de beijos
ardente pragmatismo
sem pontos nem vírgulas.
Estilística paradoxal
opostos atraídos corpos
semelhantes unidos plenamente
hipérbato de prazer
Consonantalização de seus gemidos
vocalização de toques
passional...Unido
Gramatical...Gramatical...
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Porque?
Amor, bastaria?
Quão tolos somos nós,
Ao acreditarmos que o amor nos bastaria?
Que de amor se viveria e que dele,
As alegrias.
Tantas e tantas vezes com anceio de amar,
Corro como o vento,
E acabo recobrando a consciência no último momento.
Mesmo achando de que amor se viveria...
O medo de amar e não ser amado,
Constatado tantas vezes a ter fundamento,
Faz-me recolher e impedir que qualquer um entre.
Vai entender esta vida de amante, vivente; Porém, descrente.
terça-feira, 31 de março de 2009
A Menina na casa ao lado
Por dez dias ele observou
Por dez dias ele imaginou
Seu toque, seus cabelos, sua voz
Sem nunca saber, ele divagou
Sem nunca ouvir, ele sentia
Sem nunca viver, ele vivia
Como se aproximar, como conhecê-la?
Como parecer legal o suficiente?
Ao menos um pouco inteligente?
Como furar esse bloqueio?
Como iniciar essa amizade?
E ao tentar e fracassar
Das suas divagações sofreu a saudade
Não era pra ser poesia
Não era pra ser poesia
Não era pra ser poesia
Mas prosa não seria
Se fosse falado seria errado
Se fosse filmado seria deslocado
Se palavras realmente expressassem
Se não diminuíssem ou enganassem
Eu poderia dizer o que sinto
E ter a certeza de que não minto
O tipo de beleza que toca o coração
O tipo de beleza que induz à paixão
Idealizada pelo medo de me aproximar
Mistificada pelo temor de me decepcionar
Não era pra ser poesia
Era pra ser uma homenagem, ode ao amor
Não era pra ser Poesia
Era pra ser uma expressão do meu temor
sábado, 28 de março de 2009
Corre Selvagem...
Corre Selvagem
Corre, Selvagem, foge de seu temor
Pois o que vem das águas lhe causa tamanho terror
Foge, Selvagem, acha seu destino
Na alm'a pureza do coração de um menino
Verde que voa, mata que respira
Rio ruidoso, alma aguerrida
Corre selvagem, teu tempo acabou
Tua terra sagrada o outro dominou
Leva contigo o que a ti importar
Pois a esta terra jamais voltará
Lágrimas brancas, sal da tristeza
Tão belo já foi, hoje não há beleza
Tua história de vida já foi esquecida
Teu conto choroso, tua terra roubada, tua alma aguerrida
terça-feira, 24 de março de 2009
Meu Álcool É Dinheiro
Tem uma boate aqui no condomínio onde moro, e toda madrugada tem "festa".
Acordei com os berros dela, e quando fui à varanda, vi o cara sendo preso e ela sendo carregada por um outro homem, inconsciente.
Não sei se foi só espancamento, ou se ele tentou estuprá-la.
Aí está:
Meu Álcool É Dinheiro
Era forte
Mas as coisas vieram
Agora está fraco
Mas não quer se entregar
Quer insistir na força
Não vai se entregar
Louco e fechado
É de tirar o chapéu
Há insetos sobre seus pés
Sobre sua cabeça
Louvando-o
Sorria
"Eu te amo muito, você tem crédito"
"Aperte minha mão"
Somos amigos...
Poço de embriaguez e ilusão
Ela queria dinheiro, mas o
Trocou por um cara mais fácil
Perda do controle
Ele bateu naquela mulher
Naquela piranha oferecida
Violência
Ele foi preso, covarde
Ele pagou e foi solto
Ela está sozinha, interna.
É a ressaca
Passos pesados
Irregulares
Um novo dia
Com restos
E fragmentos.
*O dinheiro vale tudo.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Ihul
Embriagado em meu próprio seio
Despeço o ígneo arrepio denso
Dispo a pele bordada em fios tensos
Enquanto a mim mesmo sustento e esteio
- Findo é o corte cicatrizando o ventre
Embriagado em meu próprio seio
Desvirtuei-me de um bafo quente
Desiludi-me de tal barro ardente
E interrompi-me em meu próprio meio
- o ápice do meu centro em mim mesmo
Desembreaguei-me de apenas meu seio
E olhei-te e ao olhar-te só desfiz-me
Como ao escorrer o leite denso e firme
A desbotar do meu corpo os arreios
- A desbotar dos meus quadros coroas
E ao mirar-te em qualquer encanto
Meus olhos cegam e meu peito se esboroa
E os nós dos dedos se desabotoam
Que ao notar-te já desfaço em prantos
- tamanha és tu, pedra do meu ser
Atormentado por minha própria corte
Abandonei o cerne de mim mesmo
E deixei-me viver a toa e a esmo
Para ter em tua vida a minha sorte
- Para ter em teu tormento o meu sossego
Pois és tranqüila em tradução celeste
És lâmpada que se acende e se perpetua
És o pudor de uma deusa nua
És feita da ternura com que vieste
- e tendo-te, terei em ti o paraíso
Pois és da fala o mais certo som
Que irradia em luz o que te ouço
E que se forma em pus no meu pescoço
Por encantar-me em cada nota e tom
- És signo de dúvida, mas de mestria
Pois és da existência o essencial
Que alumia em tons pastéis a aurora
E que se permanece em minhas horas
E jaze como sombra em meu umbral
- como uma sombra branca e radiante
Pois eis que te recordo a cada instante
E que sua pele toca em meu corpo
Como uma seta que almeja o escopo
E deixa a mão segura em um instante
- Eis eu, o alvo, eis tu, a flecha
E mesmo que me morra – agora e aqui
Embaraçado – pois teu nome alteio
Sei eu que morrerei sereno e cheio
Pois morrerei embriagado em ti
- pois morrerei eterno em teu seio
A Lua tem suas razões para não descer ao jardim
Talvez tenha visto sua lábia tão doce
Que o meu paladar enganou.
Talvez tenha ouvido as promessas de falsos poetas
Ou juras perdidas pelo imundo chão de estrelas.
Ó Lua, és sábia em assistir ao espetáculo de cima
Gargalhando a cada nova ilusão que inspiraste
Observando os beijos efêmeros que a noite revela
E quando cansar de testemunhar a hipocrisia humana
Deixe que a névoa da escuridão feche teus olhos!
Prosseguir com sonhos de Ícaro
logo verei o céu pelas asas do amor
e se o sol da ilusão derretê-las
carregarei ainda o derradeiro sorriso
Morrer aos teus pés, pelo sonho alado
sem perceber a inglória de não viver
pois os sonhos, ao contrário das ilusões,
alimentam o espírito tépido do amor.
Prosseguirei, nos ventos que me conduzem,
na altivez que me cega e me matará
e então, quando minhas asas derreterem,
poderei me libertar pelo etéreo celeste.
Cair, inevitável destino de quem quis ter asas
certeza e alívio das amarras incertas
e mesmo caindo, cego pelo mar que me aceita,
verei a tua imagem elevando-te em mim.
ANJO
Anjo...Esperarei a vida inteira pelo sopro de tuas asas...
Caminharei por trevas a queimar meus olhos,
Viajarei por tornados insanos a vasculhar minha consciência,
Mergulharei no lodo sombrio do abissal,
Despencarei do cume de minhas angústias noturnas,
Derramarei minhas lágrimas para regar meus pesadelos,
Enfrentarei a morte com mãos e coração vazios,
Degustarei dos fracassos que a vida me trouxer,
Passarei pelo frio da solidão nas noites de inverno,
Enfraquecerei com as noites tórridas do verão,
Beberei do vinho dos poetas mórbidos,
Libertarei meus demônios interiores ao entardecer,
Abdicarei do idílio dos beijos voluptuosos da ilusão,
Mas nem por um segundo deixarei de te amar...
terça-feira, 17 de março de 2009
Um brinde
Incoerência
Um oceano de Mágoas,
A busca por uma palavra perdida.
A solidão estampada,
Na dupla face da ferida.
A represa partindo;
As defesas, aos poucos,
ruindo.
O guardado,
já não mais secreto.
Partindo, tudo o que
mais tinha de concreto.
O que lhe era mais sagrado,
rompendo, esvaindo-se no meio da imensidão
Todos aqueles fingindo,
cegando-se diante de tanta contradição.
Jamais, pois encontrar-se-á uma razão;
Todo aquele fingimento,
Toda aquela dissimulação.
A represa partindo;
As defesas, aos poucos,
ruindo.
O que à de ser aquela incoerência,
O porquê de tanta discórdia,
Tudo, à falta de inocência.
Doideira
Vícios e Viagens
Eu Fui.
EU PRECISO DE UMA COISA QUE ME FAÇA PRECISAR
DE MAIS
EU QUERO EXAGEROS POSSÍVEIS DE SUPORTAR
MENTIRAS E VERDADES QUE NÃO IRÃO SE REVELAR
Você pode vir quando quiser
Você pode voltar quando partir
Onde foi?
Onde está?
As ruínas do passado ruíram para ontem
E agora EU SORRIO vivenciando o AMANHÃ
Por causa de ONTEM
Sou o AMANHÃ
Eu venho da terra e vou para o AR
Com você eu quero Ficar
Venho pelas ondas de um rádio alto
Ofereço mais truques para os
VELHOS MAGOS
QUE EM NOSSA HISTÓRIA NÃO MORRERAM.
Eu voltei.
M.H.
sábado, 14 de março de 2009
Olha e ouve o lugar...
Adoro essas fontes exóticas.
Ruídos do Jardim
Traga o dia para mim de novo
Sacie minha sede, mate minha fome
Nunca se esqueça da sombra atrás de você
O Sol vai descer e subir novamente
De cabeça para baixo
Diminua os dias para se viver melhor
Jogue os problemas para fora de seu redor
Feche as portas para o mundo de fora
Não fale nada e concentre-se
Ouça o pequeno som que circula sua casa
Ouça a imensidão do silêncio
Daquelas montanhas, lá longe
Na frente do horizonte
Prenda novamente o coração partido
Feche o buraco formado
Abrindo outro e aumentando o fogo
Faça o que é certo
Quebre as correntes, mas não se liberte
Flutue diante um mundo sem memórias.
*******************************************************************
(Bicha)
Sol e Chuva
O Sol bate forte em meu rosto
A minha visão é de ouro flamejante
Onde estão as respostas daquilo que sempre esperei?
Ele tem um amor
Cravado no peito
Nem tudo que lhe falta é só para sonhar
A resposta virá no melhor momento:
No momento em que a maré abaixar,
No momento em que a calmaria pressentir a tempestade
E o silêncio nos levar ao grito
De glória, de vitória
De conquista
De Futuro,
De Felicidade.
É tudo o que quero.
A Chuva já passou
Aprendi que todos tomam flechadas
E que todos dão.
Se a guerra já passou, não há porque olhar para a destruição.
Agora é a hora
Agora é a hora,
De se construir e se levantar.
--------------Márcio Hendrik--------------------------------
quarta-feira, 11 de março de 2009
Animação
Desculpa se não sei as mãos em ti
Se basta amarrar as minhas às tuas
E uma paralisia estatiza meu corpo
E sinto a aridez de pedras nuas
Cortas minhas costas e interromper meus atos
Desculpa se o querer tem desses hiatos
E se o desejo é depois e não agora
E vê como eu te deixo ir embora
Mas não sem muito pesar, muita tristeza
E essa é toda minha natureza
Já passa de cautela, é mais cruel
E quase não agüento os meus olhos
A acompanhar-te pelo caminho adentro
Desculpa se te beijo muito lento
É que me dá um lânguido cansaço
E os pés já não aguentam tão pesados
E as mãos então se prendem braços, laços
E enfim te largam autocomiserados
Desculpa se aquém me permaneço
É que o aquém já me é suficiente
Quando nos olhamos e enrubesço
Quando és tão segura e insipiente
Que não me faz lembrar ninguém, eu te prometo
Desculpa se pergunto friamente
Mas há uma esquírola a perfurar meu peito
Que me faz revolver-me no meu leito
E acordar demais e bruscamente
Mesmo com toda história, toda hora,
Um rastro no meu corpo embolora
Ao vir a minha mente um talvez
Pergunto então se não sou teu capricho
Se não sou tua nuance mais profunda
Se sou só um brinquedo, ou teu sorriso
É de fato a verdade a me aprazer
Dispo-me agora do meu corpo frágil
E todas frases feitas, meus adágios
Dispo-me agora da minha armadura séssil
Tão presa em meu mundo emetizado,
Privado dos amálgamas que te formam
Serrados por dois olhos amancebados
E por um esqueleto podre e fóssil
Desculpa se me posso ser deficiente
Ou tão precipitado hora ou outra
É que meu corpo treme em pensar-te
E que meus ouvidos sentem-te de repente
É que és presença avassaladora
Como uma sombra hostil devastadora
Que me desola o coração e a mente
E murcha em minha boca a linda rosa
E me ebaniza a aurora, flor do dia
E tranca-me a garganta e os dentes,
Pois não encontra cor na minha prosa
E nem palavras na minha poesia
Poeta de Araque!
Acidez
A vida que foi dada acaba por obrigar-me a tirá-la de meu corpo.
Eu busco a esperança, experimentando uma nova ilusão.
E estou viciado nela.
Este é o seu desejo:
Condenar-me à vida Eterna,
E ao seu lado, permanecerei atado,
Acorrentado, Para sempre.
Não podemos chegar ao topo,
Pois iremos morrer.
A Velha juventude será eterna,
Porém nossa Vida apodrecerá.
Com o passar dos tempos.
O que você não dá importância é o que você não deveria ser.
E você tenta se esconder do passado “errado”,
Apagando erros com mais erros.
Você irá murchar.
Daí você me encontrará,
Soltando o último sopro de vida,
Você e eu,
Experimentando uma nova ilusão.
Em busca de esperança?
Em breve, outras que eu soube.
terça-feira, 10 de março de 2009
Comemorar
Ao lado
Ter-te ao meu lado,
Sentir-me em teus braços;
Seguir o teu passo,
Impedir o teu pranto
Teu encanto tecido,
Varrido meu mundo
Amor cometido
Jamais é tanto.
É tudo.
Teus lábios nos meus,
Meus braços nos teus,
Teus laços nos meus.
Abraços.
O inteiro partido
O dueto marcado
A melodia desfeita
No instante passado
E sentir-te ao meu lado
E ter-te em meus braços
Impedir o teu passo
E seguir o teu pranto
Me encanto.
Agradeço João Lucas, não me esqueci de você :)
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Irrevogável
De um tão simples sorriso
Que agora me deixas,
Agora se vai.
Os olhos inquietos
Varrem as faces.
Tecem as verdades, testam
As lembranças
Tantas, mais tantas
Confundem, distorcem
Acabam solenes, distantes.
Escassas as vitórias
Posteriores, diante
De um tão triste fim.
-nada muda nada se vai, tudo se transforma.
segunda-feira, 9 de março de 2009
Mórbido, Funesto Mórbido (de volta o auterego)
De sangue estampa agora ponho em verso
A hematose, o hematoma, a mancha
Que em minha pele ainda se desmancha
Que mesmo deus apaga no universo
E o corpo roto, estirado e morto
Se põe ensolarado o próprio gosto,
E a poça, embebida em dó o rosto,
Vertido em cinzas, em breu absorto
Escarra o hemofluido, ralo, cego
E há um prazer a elevar meu ego
Como a latejar no meu peito o corte
E mesmo mal, de fogo desalento
E o vil hálito a espalhar no vento
Sobra um soluço da sua calma morte
quinta-feira, 5 de março de 2009
Considerações sobre a morte
Última vontade
Diante da morte iminente
Ao ansiar por serenidade
Bastar-me-ia agradecer
Agradeceria às tias da escola
Ao me destituírem a divindade
Investiram-me de humanidade
Agradeceria aos amigos de infância
Ao me aceitarem em suas vidas
Conferiram-me identidade
Agradeceria às paixões adolescentes
Ao serem eternas em sua duração
Revestiram-me de ternura
Agradeceria às desilusões
Ao revelarem o cenário mais desolador
Alimentaram-me a mais veemente esperança
Agradeceria à minha consorte
Ao se juntar a mim no caminho
Aferiu-me um norte
Agradeceria a meus filhos
Ao nascerem e sorrirem
Instituíram-me um sentido
Agradeceria a meus pais e irmão
Ao conjugarem minha biografia
Concederam-me a dádiva da vida
quarta-feira, 4 de março de 2009
Mais um para animar esse blog.
Soneto incontido
Não hei de me atrever, a sua beleza
A transmutá-la toda em parcos versos,
Palavras aviltadas sem certeza
Que meus olhos descrevem submersos
Não há espaço vago na poesia
Para comportar do teu corpo o perfume
Que o cheiro em minha narina ainda ardia
Entorpecido e cego por seu lume
E mesmo a epopéia mais homérica
Ilustrada por tão lindas sirenas
Para a sua voz ainda é pouca
E até as curvas breves do seu nome
Não cabem em estrofes tão pequenas
E nem nos sons que vem da minha boca
terça-feira, 3 de março de 2009
UNICIDADE
E não mais me ater aos adornos
Não mais me perder em tormentos
Diante de teus físicos contornos.
Se pudesse, uma vez, adentrar
Tua alma, só para ver o que se passa
Nesse teu jeito de suspirar
Que não decifro e me arrasa...
Se pudesse penetrar seus secretos sonhos
E controlar teu modo de ser,
Entendendo teu olhar risonho
Que abarca o meu viver.
Se pudesse ser o plasma do te sangrar,
para saber das tuas chagas a cura
Para aplacar tuas agruras
Retomar-te em meus braços,
refazendo os passos
de todo o teu eu.
Se pudesse ser entre teus ossos o espaço
Vivendo intimamente tuas sensações;
Compreendendo teus traços...
Vou me embrenhando por tuas emoções
Se pudesse ser o teu pranto
Para sentir sua dor como minha,
para não mais ficar esperando...
Ser parte de tua vida, ainda que sozinha!
Combo
Desejo o beijo, o ego, o desejo
Assim me vejo, restos de espera
É brando e cego, resta-me o ensejo
Beijo o desejo, e nós, os nós dos dedos
Eu apodreço de não realizá-los
Sem risco desconstruo o que sou
De sonhos cresço, de não tê-los calo
Não deixo que se acenda o frágil fogo
Arisco ou fraco, não me arrisco à causa
Sobra o desejo, a emoção e a pausa
De quando eu vejo meu amor assim
E o tempo engole a dura derrocada
Mas não me lanço no sem-fim abismo
E meu amor também não vai por mim
E quando o seu ar mui perto sinto
Controlo o peito a externar minha ânsia
Pois eu não sou mais ser na burra infância
Nem eu sou inseto que obedece o instinto
Não vou voar para o sol e encontrar lâmpada
E nem morrer na luz da minha ignorância
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Anoxia
Desfaço minha mão no meu corpo
O meu leque de cartas marcadas
Pergunto se não és parte do caminho,
Mas não, pois já passas de toda estrada
E a seta óptica a se me observar diante do espelho
Meus calos, meus olhos, meus lábios vermelhos
Por dentro vermelhos, irrigados por veias e fluídos
Do não-meu sangue. Nosso sangue.
Enrubesço eu próprio. E réstias de luz forte a me queimar
E tua silhueta se forma por trás dos meus olhos
Da cor negra
Negra que é a cor do medo que se forma em mim com tua sombra
E falta melhor definição para medo. Que tu
E melhor definição para ti. É medo.
Desminto meus pesadelos e pecados
Eu finco minhas mentiras no meu corpo, em castigo,
Facas cujas pontas eu sinto, dentro de nós
E a dúvida afiada está comigo.
A incógnita desajeitada do desejo
Sem beijo, sem toque.
O medo do medo da morte.
E a morte é tua falta, é não ter ar teu
Teus pulmões, não os vejo, mas o sinto,
Em um ritmo quente, rápido, nervoso
Não mais que os meus pulmões
Que me engasgam e não consigo falar
Porque meus dentes trincam, minha boca sela, minhas narinas pifam
O meu corpo pára. Não é cedo.
Desato os nós que fazem os meus músculos rijos
Os nós da minha garganta e do meu peito
Eu choro um choro interno e castrado
Eu rio um riso frouxo e sem jeito
Não tem jeito. Meu corpo treme só com tua presença
Meu corpo teme não ser bom pra ti
Minha mente se ausenta, se implode
É a morte, não é cedo, é o medo em si
Meus dedos já não se bastam sozinhos
Minha pele já não busca teus carinhos
Mas busca tua palavra e tua voz
Pois se até a pele que não tem ouvido
Sua boca faz sentir os calafrios
Os mesmos calafrios do meu corpo
E fervo em uma febre desalmada
Contorço o meu corpo todo em vão
Não expulso uma palavra da minha boca,
Não encontro os meus pés tocando o chão
Prolixo, devaneio mil palavras
Extensos versos de cem poesias
Mas não há poesia que se baste
E nem há poeta que se cale
Diante da palavra que não vem
Que todas as bocas em uníssono cantam
Que é o ídolo mor de cada autor
E todas as mulheres dizem amém
Pergunto se não és parte do caminho,
Mas não, pois já é mais que meu amor.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Palavras Poéticas
para que se expresse a alma
Para levar alegrias,
para desconcertar a calma.
Escrevo para não sair de mim,
para que meu cálice suporte,
As palavras correrem soltas
Na mente e não na boca,
que se agrupam e se formam...
Não se aguentam e se jogam.
Atiram-se ao gosto
Do próximo, do outro.
Expressam-se por si,
não são mais minhas,
não saíram daqui,
percorrem sozinhas... agora
O caminho do pensar
Levando Nova Aurora
a quem não mais podia acreditar...
Apenas poesias, poesias apenas...
Que salvam da inércia, da perda,
Dos televisivos mecenas...
Leitura, paixão verdadeira!